Começa o jogo da democracia
Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo! --- Assim se expressava no início da glamourosa década de sessenta, o saudoso Fiori Gigliotti --- um dos mais brilhantes locutores esportivos do rádio brasileiro ---, ao iniciar a transmissão de uma partida de futebol. Fiori na Rádio Bandeirantes de São Paulo, e o também saudoso Valdir Amaral, com aquele vozeirão inigualável na Rádio Globo do Rio, disputavam amistosamente o título de melhor locutor esportivo do Brasil.
Como naquela época não contávamos ainda com as imagens magníficas da televisão, o rádio é que se encarregava de unir nossa continental nação, através das poderosas ondas médias e curtas das principais emissoras do Brasil.
É pensando nesse lindo e romântico bordão do grande Fiori, que imagino e comparo o início desse espetáculo da democracia, qual seja a largada da campanha eleitoral que se iniciou no dia 06 de julho, com o início de uma partida de futebol. O pleito municipal é um dos momentos mais importantes para o nosso país. Isso porque, o município é a célula máter da nação. É no município que as coisas acontecem mais próximas do povo. No município estão as famílias, os amigos, os políticos...
À medida que os eleitores municipais tornem-se conscientes e politizados, certamente elegerão os melhores, pondo em escanteio os maus políticos, provocando uma positiva reação em cadeia, que fará do Brasil uma nação mais consciente, desenvolvida e justa. Nessa eleição de 2008 haverá um considerável diferencial em relação àquela acontecida em 2004, que é a propaganda gratuita na televisão. Agora concorrerão quatro candidatos e uma inédita candidata. Isso é muito bom, pois proporciona ao eleitor a oportunidade de observar atentamente as várias tendências políticas da cidade. Ai sim, depois de escolher a personalidade mais preparada para gerir os destinos da nossa invicta Parnaíba, credenciando-a assim, para fazer os gols necessários que nos levem a conquistar vários campeonatos administrativos
Na realidade, muitas pessoas estão desencantadas com a incoerência, a corrupção e a incompetência dos políticos. Por isso não têm nenhum interesse em participar desse jogo, que repito: é de fundamental importância para todos nós, pois está em jogo o futuro da nossa querida Parnaíba! Devemos combater, sempre com idéias concretas, certas pessoas, que já são muitas, dizendo não votar mais em ninguém por não acreditar nos políticos. Isso é muito perigoso, pois os maus políticos, que estão aí de soslaio e aos borbotões, aproveitam-se dessa fraqueza de consciência e acabam sendo eleitos pela omissão dos incautos cidadãos.
Devemos sim, exercer nosso direito de cidadania, participando ativamente desse espetáculo da democracia --- tantas vezes sonhamos com o inalienável direito de votar, na época obscurantista da ditadura ---, comparecendo às reuniões, comícios e debates, sempre atentos à propaganda eleitoral gratuita; ouvindo as propostas dos candidatos, discutindo com os vizinhos e amigos, para depois de tudo fazer um consistente juízo de valor, sobre aquele que terá reais condições de administrar nossa cidade com parcimônia, determinação e competência.
Como imagino que o maior problema de Parnaíba é eminentemente político, deveremos exercer nosso pleno direito de cidadania, participando efetivamente do jogo final e decisivo, no cívico dia 05 de outubro próximo; com as atenções redobradas, e conscientes de que, nessa partida --- muito melhor do que no futebol ---, em vez de um seremos oitenta mil juízes, e se não tomarmos os devidos cuidados, seremos nós todos engazopados pelos maus jogadores! Carece então ficarmos atentos, e de cartão vermelho nas mãos, para expulsar da porfia os candidatos que, na ausência de projetos consistentes e voltados exclusivamente para os interesses da cidade, baixem o nível da campanha, enveredando pela vala comum das denuncias vazias e discursos recheados de ataques pessoais.
O eleitor de Parnaíba --- cidade com uma população urbana, e por isso, bem diferente da maioria dos outros municípios do Piauí ---, não se submete ao julgo dos corriqueiros “currais eleitorais”, não aceitando em nenhuma hipótese, uma campanha direcionada para a baixaria, toldando assim o brilho do espetáculo da democracia!
MARIO PIRES SANTANA
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